No vale fundo
onde a vegetação
se entretece
com as serenas,
nossas palavras
desdenhamos o vórtice
do futuro
à medida que
somos feitores do tempo,
à medida que
desenhamos alamedas dúcteis.
Os nossos braços
armados em
ramagem das árvores
são o regaço dos
pássaros cansados
da sombra
precisa na estiagem demorada
fonte infinita
das lágrimas algébricas.
Sem o horizonte
por limite
damos às rodas
vivas da matéria
a claridade quimérica
um simples
apóstrofe sobre vírgulas meãs
sem o pesar
a arquear sobre
as lombadas duras dos livros
como se fossem vítimas dos piores instintos
inúteis
congeminações de autores desassisados.
Os pássaros
ciciam a preceito.
Testemunham o madrigálico
quadro
que levita com o
olhar
e nós somos as
entidades máximas
juízes sem lei
ordenantes sem
ordenança
pois no fruto
das nossas mãos
há madressilvas
ruivas
tingindo o céu
noturno com a violeta luz.
Desacreditamos os
oxalás
que morrem na
boca das pessoas.