Este é um cavalo de batalha
a representação gregária do ditado fundido
maré que dá cobertura
às imensas possibilidades
no terreiro onde se terçam as emboscadas.
Este é um cavalo de Troia
coisa específica dos peritos informáticos
agente conspirativo que se insinua
nos interstícios da fala acomodada.
Este é um puro sangue lusitano
para gáudio das namoradeiras
que se emprestam à volúpia.
(Que não seja evocado
o cavalo branco
por decência democrática.)
Este é o aroma a cavalo
modismo ecológico do banho ausente
que a água escasseia
e os odores naturais da epiderme
são tributo à natureza.
Este é o cavalo a que não se olha o dente
prodigalidade asceta
no teatro intemporal das oferendas
(e mandam os cânones da boa educação
que uma oferenda não se enjeite).