Dou do pedestal
o ângulo aberto
verbo ocasional
em maresia tornada
visível.
Escolho o dia
na penhora da boca
dado à mão tua
castelo de sonhos
dourados.
Matriculo o nome
nas arcadas do rio
à mercê dos acasos
em estrofes sabiamente
costuradas.
Revejo o porvir
pela escotilha do desejo
na bússola do teu corpo
em marés insubmissas
irrazoáveis.
Dou da fala
a sílaba cantada
coloquial poema
no espartano papel
reservado.
Sou do rosto aveludado
a matriz do jogo sem preço
proverbial artesão
de ânforas para o vinho
ametista.
Escuto o rumorejo
o avesso da palavra ínsua
e destrono os pesadelos
à custa da medula
ímpar.
Dou de mim a lava
os braços sem cansaço
a loucura agrilhoada
em centos de páginas
esmaecidas.
Dou de ti este amplexo
o cabaz fecundo
um relógio sem rosto
aroma de sementeira
incansável.
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