12.5.20

Lixívia

O dinheiro
não se pinta
navega no pião
em juros anciãos.

A mortalha
assenta ao iconoclasta
meão beduíno
de rios sem caudal.

A centelha
ferve no rebordo
sem sal avivado
no sargaço da manhã.

O rebelde
descuida o corpo
contumaz no teatro
com títulos desmaiados.

O prato 
explica os jardins
diante de pueris
eruditos sem trono.

O saneador
esconde o ostensivo 
lagar da purga
lavado em nostalgia.

O livreiro
escondido da clandestinidade
dispensa as vírgulas
fora do sítio.

A poesia
fervilhante memória futura
corrige a boca incapaz
devolve o mar sem baias.

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