20.5.20

Prémio da montanha (e outros diletantismos)

Sísifo só se esqueceu
da rosácea aberta no peito 
– e da memória seletiva.
O que dele se diz
não é da ordem da mitologia:
hoje 
ele há tantos Sísifos
material ambulante de um certo realismo
e, contudo,
nunca o conforto foi tanto.

Os pirómanos
sempre ansiosos por um fósforo atear
bolçam convulsões interiores
lançam âncora
nos filósofos do descompromisso
os eternos arautos da eterna insatisfação.

Pressuposto:
a insatisfação
é heurística.

A Sísifo
só faltava
uma candeia de informação
(para não cair 
no logro de si mesmo).

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