Os veneráveis dialogam
na vetusta sebe da sabedoria.
(Há quem lhe chame
verborreia
com lastro gongórico
a condizer.)
Não ouvem dissidentes,
imprecados por serem
apedeutas.
A luminosa efervescência golpeia
os parágrafos desarticulados.
A eles
tudo é autorizado:
para muitos,
o posto é antiguidade;
para os veneráveis
é a senatorial farpela que os cobre,
a ossatura de tanta admiração.
Não possam ter topete
os que deles saiam em discordância:
os veneráveis são veneráveis
não por acaso.
Estatutos indiscutíveis,
para selar a síntese.
Ouvimos a reprimenda a um canalha:
toma atenção,
meu estroina,
que aos veneráveis não há quem importune
pois terras todas não sobrevivem
se um escol de veneráveis
não figurar na vitrina dos notáveis.
E se notáveis são
a notoriedade exige genuflexão
e imperativa concordância.
A crítica
arruína o consenso.
Mate-se a crítica
e exilem-se os críticos.
(Não necessariamente por esta ordem.)
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