Sabias
que os ventos batiam asas
na cegueira do horizonte.
E teimavas
no bolor dos dias que estão para vir.
Rasgados na dor,
um punhado de ascetas
velavam a tua sombra desesperada.
Eles, como tu,
algures perdidos na imensidão do nada.
Perturbado,
acreditaste num devir frondoso;
algo te dizia,
- uma misteriosa voz cavernosa -
que o amanhã estava entre os teus dedos.
Fruíste o momento,
doce ilusão
de um porto miragem
que sabes não conseguir acostar.
Na dor do travesseiro
passeias a insónia que te consome.
Aplaudes a dor que te mina as veias,
nutriente da singeleza de uma luz evaporada.
Chega enfim o sossego,
laivo de descanso perturbado
por sonhos que prolongam o sacrifício.
Sono corre depressa
ao encontro do ar fresco matinal
que te devolve o mundo
- como ele é.
Desvanecidas impressões
de um quadro pintado com as luzes luminosas
de um sentir adiado.
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