Os dentes do burro são a foice da tenra erva
que cobre o pasto.
A populaça zombe do burro
não sabendo que não é o burro
que pede meças à inteligência.
No folclore garrido
tijolos de ouro vergam o dorso
das mulheres que calcam chancas dançantes.
Gritam, na voz estridente;
são o esteio do que não é a estética.
Às voltas com sinais de pertença:
verde Minho, verde vinho
bebedeiras tingem de vermelho
as faces esponjosas de varonis seres
- de um vermelho que desdiz o Minho verde.
Arrotem, brutamontes,
império à flatulência
que adora o troar do foguetório risível.
Liberta-te Minho, traz o campesinato
para as praças
e mostra como o povo se diverte.
Aos outros:
escondam-se da gargalhada colectiva da boçalidade.
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