Que mistérios explicam a fragilidade
de uma massa tenra e, contudo,
pétrea?
Por mais voltas que dê
não sei onde encontrar
a nascente da fonte que me sacia.
Revejo as voltas que a água dá
montanha abaixo:
plácida no estio
vertiginosa no dilúvio que se deita
nos contrafortes da serra.
Ainda que os olhos sejam as testemunhas
da dureza da pedra
os recortes da água descendente
desnudam a fragilidade da granítica serra.
Nem sempre a vista alcança:
onde se esconde a fragilidade
na penumbra da imperturbável rocha,
ou a coriácea força que levita
de um corpo tão frágil.
Um quadro
com as pinceladas da antinomia,
onde as coisas certas estão fora do lugar.
Nem as certezas são seguras
na indefinição dos termos.
É a altivez das coisas que se redescobrem
não no seu contrário
mas na sua essência esquadrinhada.
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