Os caminhos do labirinto
adocicam o desafio que é ser.
Na combustão lenta
o pavio consome-se em marcha repousada,
indelével.
São as intermitências que contam
não a lhaneza que irrompe, feérica.
Pode vir o fósforo, aceso,
acendalha da fogueira que se há-de consumir.
Pode vir, espevitado,
que as impurezas lhe não dão guarida:
as faúlhas tardam
escondidas no véu escuro
que demora na combustão.
Emparedado no vácuo latejante
nem com sopros alongados desperta.
Se, por instantes,
umas fagulhas esboçam espreitar
entre o negrume da lenha
assoma a humidade imperatriz a cercear a fonte.
O labirinto, insondável.
Nas encruzilhadas que se sucedem
nem o fogo altivo se distingue.
Houvera ele de aparecer a escurecer o horizonte
e uma pista teria para a saída.
Dorme ainda a fogueira
manietada pela humidade malsã.
Lá fora
na colina vizinha do labirinto
as cinzas não se libertam da letargia.
E enquanto o fogo não levitar a candeia do fumo
o labirinto permanece
prisão sem saída.
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