Cultivo a anatomia da indiferença
um certo desmodo do ser atual
até parecer fora do mundo
e acabar a pensar
fora da caixa.
Cultivo
esta despertença
intencional
intransitiva:
as ruas têm um aroma ácido
as pessoas parecem todas estranhos
a claridade convoca o crepúsculo demorado
pois na ausência de luz
tudo fica oculto
até os agentes 
que repetem agressões diárias.

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