5.11.25

Digo estas palavras

Digo destas palavras:

 

o silêncio tribuno

a alma que sangra

o estiolado juro que juro

as sílabas que não tartamudeiam

é nessas palavras

que terço um idioma

o jasmim que vem às mãos

o olhar de uma criança aluada

ou o cão que se faz suserano das ruas

e que mesmo assim

vem comer às mãos bondosas. 

 

É por estas palavras:

 

levanto a manhã da luz inaugural

e em estrofes que rasam os violinos

de mim me dou em legado

gramática que dissolve as algemas

da posteridade.

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