De vez em
quando
nos preparos
da meditação
(elucubrações
em erosão)
desalinhava
o astrolábio adestrado
e
perguntava:
é insondável
o santuário da melancolia
onde se guardam
os subsídios
do seu oposto?
Os capitães
de navios viajados
oferecendo
inestimável experiência
subindo ao
altar do conhecimento
declaravam
nada saber
outros nada
dizer
(talvez
guardando
egoístas
a quimera
para seu alpendre
talvez
escondendo-a para memória futura).
Eram
tagarelas de um silêncio pungente.
Às vezes
procurava uma
mnemónica sem lacunas
a estrada
pura
o pano
desembaciado de lágrimas
gente sensível
em mares lavados
gatos
vadios não furtivos
as chaves
enferrujadas e,
todavia,
chaves;
a nudez das
palavras cruas.
Procurava acasalar
as arcadas da noite
e em lúgubres
pesares
depor as
estrelas infundadas
trevas
disfarçadas de estrelas
no equinócio
fosco das congeminações tardias.
Afinal
talvez não
fosse existente a demanda
e nada
fosse a procura,
ou um nada
imenso, vago,
mesmo sabendo
do pouco
que às certezas era cais.
Fugi
para a
lonjura de um tempo cortês
dando a mão
a janelas sem vidro
e pasos doble em desajeitado desafio.
Não quis
perder.
Não quis
perder-me
de mim.