26.10.17

Desígnio

No museu da cativa intemporalidade
colhidas as flores secas
desprovidas das sementes cavernosas
celebra-se com vinho a rodos
e a folia pavoneia-se entre os demais
em passo vagaroso;
que não se incomode a fartazana
nem se resgatem os destemperos
os vesúvios da seriedade,
esses maltrapilhos,
costurando perenemente sombrios rostos
enquanto mergulham em poços vetustos.

Às pazadas
a terra atirada para cima da pesporrência
terra queimada
para não ser o risco de fruição tardia
e voltarem ao monólogo enfadonho.
São os candeeiros desabrochados
na fímbria das trevas em estorvo
projetando uma lua desmaiada
imensamente branca
sobre os despojos de tudo
cuspindo os impropérios
sobre as almas todas.

Deixem-se os obséquios sarracenos
para os despeitados
os volúveis garanhões do vazio
os que se debatem com o olhar franzido
sobre o rosto sem contornos.

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