O carrossel
desce o fogo
olha de
perto
a medo.
Todavia alto
o queixume
amigos atravessados
na penúria
na baía
dos desapiedados.
Entreolham
as pessoas
talvez desconfiando
talvez deles
mesmos.
À porta do
labirinto
deixam o
idioma translúcido
e peroram.
À porta do
abismo
perdem a
conta aos passos
em destemor
gasto.
As cinzas
cobrem os corrimões
e as mãos,
assim sardentas,
encolhem-se.
Na laboriosa
função do nada
alvoroço meão
paredes-meias
com o transido olhar.
Não querem
acreditar
nas balizas
ateadas que desfilam
num cortejo
de arlequins pesarosos.
A medo
um passo à
frente
e cinco
atrás.
O orvalho
tardio
ensina as
impossibilidades
e espero, à
espera das possibilidades.
No murmúrio
no cais
as flores
encimam o céu sem traves
e passam poemas
às costas de cães vadios.
Chovem pétalas
suadas
secando as
mãos mal pousam
na transfiguração
dos sentidos.
Oxalá os
antigos estivessem errados
e o solstício
não fosse ardil
nem as
secantes do estio, ancoradouros.
Desisto do
entendimento
a meias
com a apalavrada cerimónia
com usufruto
do tempo vazio.
Desenho as
mãos
contra o
espelho do céu
em cornucópias
imprecisas.
Sou o meu
próprio combustível
e não careço
de freio
nem de
manuais de estilo.
Agora ouço
tudo
e no
tanque tomado pelo musgo
convenço-me
de que sou eu.
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