Acerto o
relógio pelo rascunho da manhã
tomado pela
indolência seminal
olhos estremunhados
no inverosímil nevoeiro.
Carrego as
resmas de papel gasto
e mantenho
a mnemónica jura
de sua
imperativa destruição:
não tem
cabimento o arquivo compulsivo:
se quase todos
os papeis
não terão a
bênção de revisita
qual a
tenção de sua guarda?
Afinal é só
um pesadelo.
Os quartos
não estão açambarcados por entulho
numa ordem
algo desajeitada
mas ordem,
contudo.
Era um
pesadelo:
A casa
sombria
acanhada
o odor
impregnado
mistura de
naftalina e dos ácaros residentes
nos papeis
empilhados
no travejamento
da parede circunspeta.
Os proventos
achados no decorrido
são apenas
a fina camada da memória.
Às vezes,
um estorvo
pelo tempo tomado;
outras
vezes,
o subtil
pretexto para anestesiar o presente.
Pela parte
que me compete
já decretei
com força
de interior lei
a extinção
dos arquivos
por excessivo
peso no corpo que se quer vago,
condenados
(os arquivos)
ao líquido
degredo da carência.
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