21.10.17

Ciência desoculta

Eu sabia
que depois do céu
tinha por leito o corpo meu
e dos poros incensados
fósforo perene
tirava o húmus perfeito
dentro do cabaz imperfeito.
Eu sabia
que as estrofes seriam magas
e os supores destronados
entre a espuma velada do mar sentinela
e as lombadas gastas e porém sabedoras
das rodas-vivas da vida.
Eu sabia
que enquanto fosse
sem me tresler no que não podia ser
teria trono a meus pés
reino inamovível
estiolando as lágrimas inúteis
condenando a melancolia ao degredo.
Eu sabia
que bastava saber
e por dentro da sabedoria
deixá-la saber-se senhora de si.

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