Declaro:
não obedecer às vistorias
às alinhadas purificações de pensamento
de rodas dançantes em punho
sob ameaça de facas afiadas.
Declaro:
corromper os saudáveis escultores da atualidade
razia abundante entre a aquiescência
sem remorso, nem pesar.
Proclamo:
a independência absoluta
o firmamento desviado do ouro
o desacerto organizado
em sucessivas estórias sem fim
ou no fim desalinhado das estórias ancoradas.
Proclamo:
doze dúzias de dias sem promessas
o corpo extasiado
o vinho em catadupa
torres de babel dissolvidas
abencerragens sepultados
as facas devolvidas ao sangue derramado.
Contraponho:
um chá dançante ao som de heavy metal
poesia desestruturada
deuses descomprometidos
(para os carenciados de divindades)
um corpete desapertado
o despertador sem corda
uma roda panorâmica sem medo
o silêncio em vez da estultícia
lençóis aveludados abraçando os corpos frios
as mãos entrelaçadas, sem suor
o suor em bica, extático
o mundo inteiro à espera
máquinas do tempo congeminando a finitude
o amor formoso guardado dentro da mão
inteiro e sem tamanho
imorredoiro.
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