O
pugilista de mãos atadas
ruboriza na
varanda dos estorninhos
fumando
nervosamente
rindo
compulsivamente.
Roubaram
as luvas.
E ele não
sabe da sua mantença.
Amanhã
se acordar
(e se pesadelo
não for o caso)
há de
cuidar das mãos,
metê-las
num tesouro arcaico
e às mãos
pedir
fazenda
para as comendas
de que se
diz merecedor.
O pugilista
de mãos atadas
aprendeu preces
a destempo,
em dobro:
reza para
ser atendido
e para a
distração das divindades.
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