18.10.17

Estibordo

À luz clara
nos dentes famintos do nevoeiro
duas colheres de sopa de memória
e um patamar prelúcido
dando cartas aos jogadores.

Contra a luz sedenta
em vez de fome hasteada
três advertências sopesadas
e a trovoada por testemunha
dissolvendo o medo a palavras.

À força da luz desembaciada
sem cortinas intrujonas
quatro amigos esquecidos
e fotografias sem moldura
atiradas para o tempo invisível.

Depondo a luz
em sucessivas camadas marejadas
cinco bolsos armados contra a intempérie
e a terrina barroca
devolvendo o gutural pesadelo de antanho.

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