5.10.17

Ouro

O ouro espalhado
apanhado em seivas destinadas
sob janelas tempestuosas
sem medo dos embaraços
sem nos sentirmos penhorados
pela esteva quebrada.

No ouro vertido
em lagoas miríficas
os corpos nus na habitual coreografia
somos o ouro intenso
puro
tesouros sem contraste
nos rostos molhados pelo bolçar da cascata.

Do ouro transigido
cobramos a tenência das almas
das nossas,
as que contribuem para a mordomia do tempo,
e tingimos os dedos com a tinta vertida
nas palavras que roubamos
ao ouro sentido.

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