Por todas as vestes rasgadas.
Pelos tomos vencidos na teimosia.
Por marés destemperadas.
Pelas luas vincendas.
Pelos vinhos em cepa degolada.
Pelas músicas à espera de vez.
Pelos feitos não açambarcados.
Pelos rumores embainhados.
Pelas almas perdidas e pelas outras, perfeitas.
Pelos interstícios das ordens meãs.
Pela voragem em limo de néon.
Pelas juras em falsete.
Pelos percentis esgotados no mercado.
Pelos olhares paternais.
Pelas fazendas gastas.
Pelos beberetes e honrarias solenes.
Pelas genuflexões aos figurões.
Pelo ioga em válvula de escape.
Pela bazófia dos ufanos.
Pela comezinha fotografia do mundo.
Pela água coada das pedras altas.
Por territórios adestrados na lupa fina.
Por campanários e solstícios em simbiose.
Pelo basalto em combustão nas mãos quentes.
Pelos mendigos cultos.
Pelos arrependimentos em estultícia.
Pelos arquitetos órfãos.
Pelos sacerdotes sem credo.
Pelos mandantes apedeutas.
Pelas viúvas sem negro que envergar.
Pelos estroinas de roubada boémia.
Pela média exaurida.
Pelas guitarras rudemente arranhadas.
Pelos mares sem marés.
Pelos poetas em demanda de sereias.
Pelas veias encardidas.
Pelo sexo incansável.
Pelas garrafas perdidas em alto mar.
Pelo nada que fica por dizer:
uma batuta abainhada a ouro
a fala destravada
a coragem a eito
o oráculo sem tempo vindouro
e o corpo inteiriço dado à maresia.