9.4.18

Trunfo

O berço 
viveiro perene
húmus irradiando seu sol próprio. 

A ponte
contrato sentinela
semente transfigurando as veias frias. 

A árvore
esteio fundo
braços tingidos na maresia distante.

A casa
santuário centrípeto
muralha convocada no refúgio imperativo. 

A promessa
museu labiríntico
vento murmurado nas costas da maré. 

O canto
sereia habitada
crepúsculo segredado no ouvido quente. 

A boca
armadura matinal
desejo emoldurado no seio intumescido.

A página
socalco íngreme
desafio atirado à erupção devolvida.

O muro
repúdio substantivo
âncora presa no cais lamentável.

O paramento
jura assenhoreada
planície esquecida no país atávico.

O rosto
bastião singular
fértil seara de raro centeio.

A ideia
prisão domiciliária
lastro reinventado na lareira acesa.

O mar
chão desalinhado
navio armilar em demanda agigantada.

A manhã
radiografia vespertina
mercado triunfado na macia pele.

Sem comentários: