O berço
viveiro perene
húmus irradiando seu sol próprio.
A ponte
contrato sentinela
semente transfigurando as veias frias.
A árvore
esteio fundo
braços tingidos na maresia distante.
A casa
santuário centrípeto
muralha convocada no refúgio imperativo.
A promessa
museu labiríntico
vento murmurado nas costas da maré.
O canto
sereia habitada
crepúsculo segredado no ouvido quente.
A boca
armadura matinal
desejo emoldurado no seio intumescido.
A página
socalco íngreme
desafio atirado à erupção devolvida.
O muro
repúdio substantivo
âncora presa no cais lamentável.
O paramento
jura assenhoreada
planície esquecida no país atávico.
O rosto
bastião singular
fértil seara de raro centeio.
A ideia
prisão domiciliária
lastro reinventado na lareira acesa.
O mar
chão desalinhado
navio armilar em demanda agigantada.
A manhã
radiografia vespertina
mercado triunfado na macia pele.
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