Confia na minha boca.
A boca que te abraça
no juízo louco sem palavras.
A boca que deposita
os beijos em forma de quimeras.
A boca dos lábios ferventes
à boca de cena em desvarios vários.
Confia na minha boca
máquina de soletrar as palavras
doces e salgadas
mas palavras âncoras.
Da boca em êxtase
que se encerra em silêncios
e se enfarta no santuário teu corpo.
Confia na minha boca.
Confia.
Na minha boca que sabe poemas
trave mestra de mistérios
árvore funda com raízes de framboesa
tapete de musgo onde tens leito.
Ou da boca sitiada por silêncios
que são apenas silêncios reparadores.
Confia na minha boca.
Com os olhos marejados pelo vento severo.
Com os olhos vendados pela confiança
de que a boca minha é são credora.
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