O que sabemos
das entrelinhas:
os nós invisíveis
que azedam a boca
e nós,
seus possíveis hermeneutas,
um vesúvio inteiro
a aguardar por exploração.
O que tiramos
das entrelinhas:
o mosto indecifrável
semântica partida nas vírgulas
como se fosse fratura exposta
e do osso se visse apenas
o gesso.
O que devemos
às entrelinhas:
o cofre forte da alma
o penteado maiêutico da palavra
a recusa do lugar-comum
no lugar reinventado
onde reinventadas
se lobrigam as palavras.
Por dentro
das entrelinhas.
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