“Um jackpot”,
dizias.
Pelo meio
o nevoeiro assobiava
adiando a manhã
enquanto no banco do jardim
as esperas dançavam nos rostos
melancólicos.
Tu não esperavas:
teu era o amanhã
que nunca deixavas chegar a sê-lo.
“Se tivesse conta-quilómetros
andava sempre em excesso de velocidade”,
rasuravas as costuras do tempo poltrão
vertendo nele a tua bravura
um sentido próprio de boémia
que fazia do tempo uma raridade.
(Outros disso diriam
ser a extinção da lucidez.)
“Um jackpot”,
dizias:
e combinavas com os tutores do amanhã
a aposta de como o contarias,
amanhã,
ao ontem desapalavrado.
“Para mim
os minutos têm
mesmo
sessenta segundos”.
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