As pregas da velhice
apoderam-se das páginas lidas
passam a ser o pavimento central
a orquestra onde todos tocam
de olhos fechados.
O tempo é um entretenimento,
a resolução de um dos pares
entre bolas de fumo que gravitam devagar
e olhares algures errantes na monotonia.
Uns acordes avulsos
um rumorejo que vem do mar
o cabelo acetinado
ou o pouco cabelo
lembram o desinvestimento que é o futuro.
Ou um tiro
de pólvora seca
que seca as secantes marmoreadas
nos dentes compostos de raízes válidas.
Não se pressentem
os vultos prometidos
não vagam as horas fermentadas
e as costas sentadas do dorso da melancolia
protestam
e protestam:
que adianta fugir do chão
que se avizinha?
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