7.8.24

Coabitação

Escondo do sol

os dedos coloridos 

com o sal diurno. 

 

O céu 

é um imenso espelho

inacabado

o cunho aceso na fala mordaz. 

 

A véspera das lágrimas

inaugura a coragem

as cortinas descidas

sobre os dogmas avulsos. 

 

A pele desnorteada

à mercê do suor apertado

devolve o gasto sem paradeiro. 

 

À noite

o cais demandado

desliga os sentidos

anestesia a idade 

e na hibernação sem intérprete

coabita a carne 

sem cansaço. 

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