4.7.25

Espantalho

O algoritmo dos costumes 

desembaraça-se do biombo.

 

O número das bestas corre no estuário

chovem os botões de rosa 

arrancados aos pés

e a bengala puída 

cambaleia com a ajuda do vento.

 

Ninguém fugiu da noite radiosa

a lua ajudava a compor os olhos vadios;
se não fosse pelas ruas penhoradas

a pele tinha a cor do luar

e isso era uma coisa boa.

 

As promessas quase sempre

não passam de promessas.

 

Mas as pessoas não desistem

antecipam as ilusões que marejam

no miradouro onde os sonhos 

se dissolvem.

 

Dizem

sentados num proverbial lugar-comum:

sonhar não paga 

imposto.

Sem comentários: