Disse-me a maresia
a lua quer ser gémea do teu olhar
tremer nos lábios prementes
que desfazem a fala nos beijos telúricos
verter o sal vulcânico nas cicatrizes fechadas
e dizer
com os pulmões a sangrar o ouro haurido
que teus são os olhos que cobram a noite
nas fachadas incandescentes
que demoram na quietude do luar
escondidas nas nuvens furtivas
que fingem o ar dos dias
no ouro das tuas mãos regaço.
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