25.7.25

Sem fronteiras

Se perto fosse a ofensa

e de guetos falassem 

os idiomas sem diálogo

as vestes solenes 

com que se disfarçam

os lugares

teriam de arder numa pira. 

 

Se puídas fossem as bandeiras

e as bocas não falassem

por reflexo condicionado

as palavras seriam como velas acesas 

pelos ventos ao acaso

e dos mares demandados

só haveria notícia de sereias feiticeiras

e marinheiros testemunhas da madrugada. 

 

Não transigimos com os pesadelos

quando o lugar do crepúsculo

eles ocupam 

e arrepiam os versos que são a prova

de que as quimeras não são apenas

a fértil encenação de sonhadores avulsos.

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