Que é feito
do paradeiro desta charada
que não se lhe encontra esteio
nem o olhar desembaraçado
ou tutores de rosto aberto
e as conjeturas
perdem-se em sua opacidade.
Cozinham-se os fungos colhidos
e os pés dançados
fruídos em seu cansaço
são o mostruário da charada
– um edifício como um suíço queijo
ou pavão aperaltado no ufano transitar
ou mandante que exige genuflexão
e tratamento de polé
ou daqueles vultos da cultura
que exigem reconhecimento de estatuto
(enquanto rezam loas à igualdade
no perfunctório exemplo
de quem se esquece do que faz
e limpa as teias ao que diz).
Que charada é esta
em que fazemos de conta
que fazemos de conta
enquanto
nos tempos livres
fazemos de conta
que não fazemos de conta
ao fazermos de conta?