4.9.12

Obséquio


Às esperas que pareciam demorar o tempo.
Às inquietações domadas:
deixaram de passar os comboios troando na madrugada.
Agora
em todos os apeadeiros
sobra uma luz vivaz.

24.8.12

Tirocínio terminado


O firmamento não esconde os segredos.
Atrás do firmamento, um incerto apeadeiro.
Os segredos abrigam-se nas mãos.
Aos olhos, a lucidez do achamento.

14.8.12

Rules of the game


Bodies dancing as timepieces fade away.
Skin feeds heat waves as shadows evaporate.
Hands look up,
the glare of the sky lodged within fingers.
All is tomorrow.
Yet, all todays must be seized
as if tomorrow had no place to be.

18.7.12

O livro que se abre


Éramos sentinelas do tempo
Um dia,
numa encruzilhada em que o tempo é pródigo,
passamos a ser atores.
Desatam-se os nós
que em nós açambarcavam o suor das paredes.
E agora somos tutores do tempo.

25.6.12

Momentum

Lust beneath sheets
woven clouds touched by fingers
(those fingers vested with gold).
The sun as witness
of hands vividly looking for waterfalls
(as waterfalls throw in golden waters).
And yet, time vanishes
but thirsty days are a timeframe of tomorrows
            (as tomorrows grow out from golden fingers).

19.6.12

Duly perfunctory


The moonrise breathes a new skin.
That shaded light throws butterflies
into candid eyes.
Time is bound in inertia.
Time does not matter.

25.5.12

Cofre (a sete chaves)


Soubera dos segredos
(fosse o tempo um oráculo)
e talvez os combustíveis fossem madraços para ignição.
E depois?
A janela do tempo tutela severa sentença.
Aos arrependimentos
manda o tempo desconhecido abonar inutilidade.
A aventura do tempo é a incógnita por diante.
E o seu sortilégio.