6.5.24

Solenidade

As manhãs são claras

quando nós queremos. 

 

Os malmequeres exibidos

destronam barragens 

antes que do dormitório se levantem

os compadres destemidos

e ciciem

contra os rostos letargos

os candeeiros vetustos que ainda escrevem

velhas grafias. 

 

No oceanário 

viceja um ecossistema diametral

irradia uma luz singular

que descafeina as grandes ilusões do tempo. 

A descrição dos mineiros das almas

são sempre parciais

metódicas farsas que dão sentido à mentira

agarrando o vento desbragado que entoa o Sul. 

 

As tardes

escondem-se no silêncio dos gatos dormentes

a planura cheia de jarras

e os olhos vazios deitados 

nas pétalas despojadas.

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