20.5.24

O lugar do paraíso

Não precisas de sete chaves

para à porta dares 

ordem de clausura. 

A matéria do silêncio

é prima do sortilégio

e a fala assim encenada

cavalga nas esporas do impossível

mesmo à espera da absolvição. 

Arrumas a pele sentada

no rodapé da fogueira invernal. 

Sentes a carne que geme 

protestando a favor

a favor de uma coisa avulsa

ainda por apurar. 

Se os olhos 

estão tão claros como a alvorada

se triunfam no idioma futuro

têm de ser conservados

a favor das mãos tácitas

desfazendo o lúgubre lugar 

tornado moldura 

de um paraíso sem nome

(ainda).

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