Não precisas de sete chaves
para à porta dares
ordem de clausura.
A matéria do silêncio
é prima do sortilégio
e a fala assim encenada
cavalga nas esporas do impossível
mesmo à espera da absolvição.
Arrumas a pele sentada
no rodapé da fogueira invernal.
Sentes a carne que geme
protestando a favor
a favor de uma coisa avulsa
ainda por apurar.
Se os olhos
estão tão claros como a alvorada
se triunfam no idioma futuro
têm de ser conservados
a favor das mãos tácitas
desfazendo o lúgubre lugar
tornado moldura
de um paraíso sem nome
(ainda).
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