7.9.15

O roubo das almas

À espera.
A névoa que se acama
um feixe de luz tíbia.
A espera demora-se.
Os candeeiros provocam
uma luminosidade opaca.
A espera impacienta.
As luzes sondam as portas
um bafo quente derrete a lucidez.
As esperas todas.
Montadas em série
(talvez em sequência linear)
e a luz decantada pela névoa
cintila entre os poros.
Dizem
que a paciência derrota as esperas.
Dizem que é virtude.
Só não dizem
que as esperas em interminável sucessão
determinam a corrupção das almas.
E luz nenhuma aguenta a provação.

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