Uma
rosa fechada
resguarda
um perfume doce.
Ninguém
sabe se o perfume é doce
em
estando fechada a rosa.
Deitaram-se
ilações em convenção,
que
as gentes
gostam
de precipitar ilações.
Nem
tão pouco é dado a conhecer
se
a rosa algum dia abrirá.
As
gentes passam o pente pela especulação.
Dizem,
uns,
que
a rosa medrará carmim
o
doce do perfume a entoar morangos.
Outros
calculam
uma
rosa em amarelo desabrochar
vertendo
limão odor.
E
outros, ainda,
conjecturam
uma rosa branca
inundado
o odor de pêssegos.
Mas
ninguém dá conta
que
a rosa continua fechada
à
conta de tanta hipótese afivelada.
E
que a rosa
em
trejeitos de mau feitio
(assim
como quem ostenta
notório
poder de contrariar o assente),
teimou
em ser casulo.
Pois
perante
tanta prosápia
antes
ser-lhe cega.
E
a rosa nunca chegou a medrar
fora
do seu casulo.
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