Não
digo que sejam certas
as
palavras ordeiras
do
comendador.
Não
digo que faça falta
um
azimute afinado
e
um ponto cardeal.
Não
digo que somos néscios
em
demanda de um fio de prumo,
um
peso calibrado.
Todavia,
não
me parece
que
sejamos penhores
das
almas outras.
Não
me parece
que
a tibieza algures
tenha
folhos frondosos.
Não
me parece
que
os olhos alheios
sejam
a medida dos nossos.
Nem
menos me parece
que
temos de alinhar as coordenadas
por
uma bússola trespassada.
Já
me parece
que
a riqueza do ser
obsta
ao penhor em mãos
que
não sejam próprias.
E
mais me parece
que
as paredes embotadas
caiadas
por mãos externas
são
o rosto da descombustão.
Todavia,
em
não sendo capazes da lucidez
depressa
somos
cobaias do engodo.
Depressa
vemos
os olhos hipotecados
ao
devir dos outros.
Andamos
para trás,
na
melhor das hipóteses,
caímos
na hibernação timorata.
Não
pesamos o campo de minas:
somos
existência por diapasão
que
nos é estranho,
um
eu adulterado
amestrados
num rebanho ordeiro
treinados
para o não pensamento autónomo.
Não
somos a excelência que somos.
Nessa
altura,
pode
ser tarde de mais
para
os alinhavos da alma.
Da
penhorada alma
que
não se importa com o redil.
Nessa
altura,
já
não há tempo para os pesares.
Sobra
o tempo
para
a titubeante errância
para
o madraço que há em si.
Orlas
de onde não escapamos
de
nem sequer sabermos
contar
os números
soletrar
as cores
ler
as pautas musicais
a
hermenêutica de um texto;
enfim
de
sabermos ser
sem
de hipotecados nos sentirmos.