Os
remos molhados
sulcam
as águas paradas.
Notam-se
vestígios de musgo
nas
extremidades dos remos.
Não é de ser obsoleto; é sinal de alma.
O
pequeno barco
junta-se
a uns nenúfares perdidos.
O
arvoredo nas margens
sibila
o vento fresco de norte.
O vento que lava a alma por dentro.
Nas
margens do lago
as
crianças tomadas pela algazarra
nem
desconfiam das sombras do mundo.
Quantos de nós não gostaríamos
da infância imorredoira?
As
tardes de domingo
volúveis
e bucólicas
conseguem
ser um ardil
do
manto espesso que os olhos
não
escondem nos dias restantes.
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