O
elétrico estridente ao dobrar da curva
demove
a calma da cidade.
Os
dentes rangem
ao
contacto com os carris que se dobram em curva,
balizando
as ideias.
A
esplanada só dista um punhado de metros
dali
parece que o elétrico
vem
fazer companhia no café.
Prometo:
logo
à tarde vou embarcar no elétrico
para
matar as saudades da infância
de
quando apanhava o elétrico para a escola
e
às vezes,
em
estando cheio,
fazia
o percurso clandestino
pendurado
na parte de trás.
Os
turistas ordeiros ocupam os bancos de madeira
falam
uma cornucópia de idiomas.
E
eu sinto
que
sou estrangeiro na minha cidade.
Não
vem mal ao mundo.
Que
a cidade
seja
uma constelação de gente diferente
para
ver se cresce,
a
cidade,
e
se emancipa da altiva tacanhez.
Nem
que seja preciso pedir favor ao elétrico
que
sobe,
compassado,
a
rua íngreme.
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