Os
anjos são raros.
Escondem-se
nas areias molhadas
num
sono alquebrado.
Não
raras vezes
fazem
menção de vir à superfície:
querem
espreitar o mundo lá fora.
Consta-se-lhes
que
neles vêm a centelha de um tempo radioso,
para
quem a penumbra é lugar pesado
como
a areia que pesa sobre os anjos.
As
pesadas areias molhadas
e
o chumbo do sal em que estão imarscescidos
travam
o desejo.
Os
anjos continuam na demanda ingrata
escondidos
como dantes.
E
o mundo lá fora
transpira
o suor que sempre teve.
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