31.10.15

Dilema do prisioneiro

Nos pastos verdejantes antes dos montes
uma gaivota a destempo
e a vociferação das crianças imberbes.
Houvesse janelas desembainhas
e o olhar aquecido não tergiversava,
não adiava os anéis prometidos.
Um canto doce vem do entardecer
ajuramenta vozes penhoradas
que sussurram nos promontórios.
O mel colhido
sacia a sede de saber.
Os paramentos estão a preceito
e os cálices cerimoniosos prometem
o vinho maior.
A caminho das férteis searas
as flores garridas atapetaram os pés cansados
excluindo-lhes o cansaço.
Não consta que houvesse tempestades
nos mapas do tempo;
nem consta que as vontades
estivessem sitiadas por alvoradas atrasadas. 
Num módico de sensibilidade
assomaram as palavras certas,
enfim.
Só não sabia
que o consumo das almas,
em tais circunstâncias,
é o fogo derradeiro a ser visto
na tela diante dos pesares.

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