Partido
em quartos
resplandecendo
amarelo esverdeado
(que
também podia ser verde amarelado
–
depende do olhar afinado):
o
melão garboso mostra-se à clientela.
Comam
o melão ufano
–
adverte o preço de saldo.
Mas
se é de saldo seu preço
ponham
compradores potenciais
as
barbas de molho:
nunca
fiando
quando
a esmola fermenta tão abundante.
Mais
a mais
deve
a suspeita trinar:
como
pode o pobre melão
ostentar
sorriso que pesca o comprador
pela
boca da ingenuidade
se
o melão assim esventrado
não
é, decerto,
produto
da sua vontade?
Ardis
do marketing, parra seca.
Caem
os incautos
os
que sucumbem às árias envenenadas
dos
mercantes sem remorsos.
Que
isto do capitalismo
é
cicuta que traz a humanidade pela trela.
(Ó
verdade insofismável!)
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