Num convés adormecido
os raios da manhã sussurram
versos sem atalaia.
No miradouro esperado
duas estátuas sondam o dia
e os viandantes jogam no catálogo
as melhores cores justapostas
a corda justa ao corpo
antepondo o milagre a destempo.
Os confettis chovem ao desembaraço
enxugando os rostos suados:
sem asas por perto
ninguém consegue voar.
Não é preciso.
Levitam
como se houvessem açambarcado a pureza
e no púlpito de si mesmas
se imaginassem reis e rainhas.
O espaço alvar
onde as lagoas aprendem o entardecer
na luz desmaiada que nelas se retrata
é o templo onde se engalanam
no repasto sem mandamentos
os que mandam nos areópagos.
Já não conta a fuligem
deixada em escombros.
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