Sei de mim
apesar das pontes sem meada
dos labirintos sem chave
e da neve que não cai no verão.
Sei de mim
no pináculo das horas centrípetas
onde arrumo o sol
num lugar determinado ao acaso
na avulsa memória das páginas corroídas
em ilhas guardadas do olhar.
Sei de mim
no frémito da cultura
advertido para o santuário do conhecimento
paredes-meias com penhascos medonhos
grutas onde o frio amadurece
em palácios erguidos no fio de um nada.
Sei de mim.
E sei de mim
na ausência de sextante
na omissão da música
nas estrofes que desafiam a autenticidade;
sei de mim
no fervor do original
ditadura que em mim se sobrepõe
acreditando
que vale a pena acreditar.
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