No luto
não há um eco de Deus.
Uma silhueta vermelha
rebelde
cativa os insultos
– heresia, oh heresia.
Se houvesse bibliotecas por narrar
seriam olhos sem sono
os que ditavam penhor.
Se pensar bem
as bibliotecas são sepulturas
onde os mortos se corporizam
imorredoiros.
Os cemitérios deviam dar lugar
a bibliotecas.
Não ficava pesado
com o chumbo das sepulturas
o chão assim libertado
e os mortos
todos os mortos
teriam na biblioteca
o seu panteão.
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