4.12.21

Matilha

Um rosto seráfico

de bronze

impede o dedilhar da mentira. 

É como se forças sem face

metessem mais à obra

para derrotar uma tempestade,

convencidas da fortuna da maré. 

O vinho apresenta-se amigo. 

Se ao menos 

os cães não andassem em matilha

os remédios 

embainhados numa nota de rodapé

diriam

em voz apenas murmurada

que não é prémio de monta

saber dos filhos 

como seguidores. 

As mentiras

não se contam aos incrédulos,

de acordo com um advogado

que se diz ter procuração de demónios inúmeros. 

Da noite para o dia

avançam os vultos disfarçados

na contagem válida das mentiras sobrepostas. 

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