De silogismo em silogismo,
as bandeiras decaíam
no esgotamento dos costumes.
Dizia-se:
somos peritos em farsas
e avançamos pelo avental
do fingimento
fundindo em verbos ostensivos
o boçal ornamento da fala intransitável.
Os bocejos tornaram-se adjetivo
e da fundura dos estigmas
ninguém reparou na indigência
no mais aviltante destratar de si.
As loucas vozes gritavam
mas ninguém ouvia o clamor
ninguém
queria saber do livro de estilo
onde se ensinava a decadência.
As mãos caíram no barro
mas não souberam ser escultoras.
Agora ficávamos à mercê do acaso
antes que do avesso de nós
colhêssemos a agitação própria
de quem está fora de validade.
As bandeiras despedaçadas
sem servidão
esqueceram-se do hino.
As pessoas esqueceram-se
do hino e das bandeiras;
esqueceram-se
de quem são.
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