7.8.22

Verosimilhança

Os olhos a carvão

arrastam a vírgula

na página emaciada.

 

Contam as sílabas

no úbere do tempo

a tempo de não serem tardios.

 

As clepsidras conspiram

braços a desmedo no nadar

o suor lavado no mar.

 

As tardes porfiam

um cessar repetitivo

em versos sentados no luar.

 

As comendas não se revindicam

lugares vazios no idioma

se os silêncios disserem mais.

 

Nada dizemos aos anátemas

às ermas marés

no regozijo dos motes entronizados.

 

No distante lugar

onde nada se faz dicionário

os rostos contam tudo o que é preciso.

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