8.8.22

Peregrinação

Todas as tardes são pusilânimes

quando os aromas se escondem

nos verbos covardes

nos rostos seráficos que, 

étimos de fingimento,

corroem a mais ínfima corrosão

deixando um telúrico vazio por dentro

no raiar do dia assim desapetecido.

 

Não é o vulgar irradiar do sol

que disfarça as intempéries interiores:

o basalto cobre a pele

e as mãos 

tornam-se esquimós com medo do Verão.

 

Se ao menos 

a tirania saísse do dicionário

talvez houvesse um arranjo 

para as entorses do mundo.

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